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PASSAGENS DO PREFÁCIO

"Além de buscar novas formas arquitetônicas, Armando propunha a continuidade dos padrões culturais definidos pelas formas de se relacionar com o meio ambiente. Para ele, esta sabedoria de uma cultura de lidar com o seu clima é que merecia ser preservada, fortalecendo nossa identidade cultural.

 

A reedição deste livro faz-se muito oportuna pois essas lições parecem estar sendo esquecidas. Desde o final dos anos 1990, a economia de energia, o reaproveitamento de água, a busca da melhor performance e a obtenção de selos de eficiência energética passaram a ser temas centrais nas preocupações dos arquitetos. Estes desafios são importantes para a prática contemporânea e não devem ser negligenciados, mas a obra de Armando mostra que uma arquitetura boa e sustentável pode alcançar mais do que o simples atendimento a determinados índices e requisitos. A arquitetura vista pelo lado do ser humano pode privilegiar uma convivência adequada com o meio ambiente, filtrando os elementos da natureza, sem se perder em tecnicalidades periféricas ao fazer arquitetônico.

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A arquitetura dita sustentável deve ter uma continuidade com nossas práticas culturais, incluindo particularmente nossa relação com o clima de nossa região. Esta é a tradição do morar bem.

Entretanto, a visão deste morar bem não deve se resumir apenas à casa isoladamente, mas à necessária continuidade com a cidade, como alerta Armando de Holanda (1976, p.45): “Fazendo com que as árvores dos jardins, das ruas, das praças e dos parques se articulem e se prolonguem...”. Assim, ele transcende os princípios de “Arquiteturas Árvores” aos ideais de “Cidades Árvores”."

Fernando Diniz Moreira
Roberto Montezum

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